Where Everything Start - Capítulo 1

Depois do dia cheio de Isabelle, tudo o que ela mais anseia é chegar em casa e dormir o pouco tempo que lhe resta do dia para relaxar, já que ela deve acordar antes das 7h para a escola. Chega ao anoitecer em casa e para na porta, logo antes de colocar a chave na fechadura. Os gritos lá dentro estavam altos demais, a voz de seu pai se sobressaindo.

-Eu te disse, era melhor não termos adotado ninguém, agora você vai ter um bebe e gastamos tudo o que tínhamos com a garota! Sinceramente, Juliana, esperava que sua reação fosse melhor do que isso! Ano que vem temos uma faculdade para pagar, além das aulas estupidas de dança! - Seu pai disse.

Isabelle deixou a chave cair no chão, sem forças para segurar mais nada, nem a si mesma. Os gritos de seu pai continuaram, ela então foi para a lateral da casa, pegou uma escada e subiu até a janela de seu quarto. Entrando lá, pegou algumas roupas, suas economias e calçou seu tênis. Desceu as escadas à tempo de ouvir seu pai dizer "Vamos ter que devolvê-la".

-Não precisa, estou indo. Só me dê meus documentos e documentos de adoção. - Ela disse e logo a mãe começou a chorar, segurando-a pelo braço e implorando que não fosse. Depois de algumas lagrimas, Isabelle conseguiu se soltar e se lembrou onde a mãe guardava os documentos. Correu e abriu a gaveta da cozinha, onde estava escrito seu nome, ignorando as com os nomes do pai e da mãe. Pegou tudo o que tinha na gaveta e colocou na mochila, saiu batendo a porta e jogou a chave no chão.

Depois de correr até a estação de ônibus, pegou o celular e ligou para Anne.

-Anne pelo amor de Deus, me ajuda. Eu to na estação, não sei o que fazer, quando ouvir essa mensagem me liga. Tchau. - Ela disse após o sinal.

Sentou-se no banco e começou a mexer na pasta cheia de papeis, até que achou um papel, meio velho, dobrado no fundo. Lá estavam os nomes de seus pais, Katherine e Lionel, canadenses, de Startford. Pegou o primeiro ônibus para o aeroporto e comprou uma passagem para às 4h da manha, direto para Startford. Era uma cidade pequena, não seria tao difícil achar seus pais.

Em meia hora ela avistou Anne, correndo até ela.

-Sua louca, tive que perguntar para o vigilante se ele tinha visto uma garota loira meio transtornada! - Anne disse enquanto abraçava Isabelle.

-Como você sabia que eu estava transtornada? - Disse Isabelle

-Você praticamente disse isso no áudio que mandou. O que houve?

Isabelle explicou tudo, enquanto Anne comprava sanduiches para as duas.

-Você não tem dinheiro nem para um hotel, gastou tudo na porra da passagem! Podia ter me ligado antes de fazer isso, você podia ficar na minha casa ou sei lá! Mas agora você vai atravessar o país e ir pra outro achar sua família perdida! E eu não sei mais o que dizer Isabelle, como eu lido com isso? Você é a minha melhor amiga. - Anne disse.

-Desculpa. Eu prometo que te ligo todos os dias, mando mensagens e noticias. Você vai sempre saber o que está acontecendo comigo, sempre.

Anne levantou e fez sinal para Isabelle segui-la, e se dirigiu até o banco. Isabelle esperou na porta, e alguns minutos depois sai de lá uma Anne com cinco mil dólares nas mãos.


Anne guardou tudo na carteira na mao de Isabelle e devolveu para a garota.

-Anne desde quando você pode me dar esse dinheiro todo? - Isabelle disse

-Desde que meu pai me deu esse cartão de emergências, posso sacar apenas cinco mil por dia, amanha eu te envio mais, isso é o que eu posso fazer agora. - Anne disse

-Não sei como te agradecer. - Isabelle disse e abraçou Anne, que retribuiu com o abraço mais apertado o possível.

 E passaram-se as horas, até a hora do vôo. E a única visão que ela tinha era a da janelinha circular do avião.