quinta-feira, 4 de maio de 2017

I Want U To Fuck Me - Valentine's Day

Chegando lá os gêmeos faltavam me matar de tantos abraços. Israel e Daniel eram uns amores quando você ficava 5 anos sem ter que aguenta-los todos os dias.

Apresentei Melissa e fomos almoçar. A saudade que eu estava da comida de minha mãe era fora do comum. Ela me perguntou sobre cada detalhe de NY e eu e Melissa falamos por horas sobre as coisas maravilhosas (deixando de fora as festas e noites de sexo). Já eram 16h quando sentamos no banco do carro e fomos dar uma volta no shopping. 

Chegando lá a decoração de corações estava por tudo quanto é canto, o inferno do dia dos namorados tinha chegado novamente. Com o tempo eu tinha passado a odiar mais essa data do que antes. Ben era um bom namorado, mas as comemorações de casais eram incrivelmente chatas, e como o grupo só tinha casais e Mel, todos andavam o dia inteiro por parques romantizando tudo e prometendo eternidades. Eu nunca prometi nada. 

Mel comprou calcinhas novas e me fez andar por todos os andares rindo dos casais tirando suas selfies e se beijando. Só ela melhorava meu dia. 

Paramos numa livraria pra comprar um livro que eu queria e eu tropecei num garoto na hora de ir pagar, fazendo ele derrubar dois livros em suas mãos. Logo fiquei vermelha que nem um pimentão e catei os livros pra ele. 

-Desculpe, sou muito destruída - Eu disse com um sorriso de sofrimento 

-Tudo bem Mary - O garoto disse e eu finalmente o encarei

-Chris? - Disse entrando num misto de alegria e memórias ruins 

-Eu mesmo, quanto tempo hein - Ele riu fraco - Como foi em NY? 

-Foi bem. E como você está? - Perguntei em relação a Jane. 

-Bem, com o tempo as coisas passam né. - Ele disse e eu assenti.

-Essa é Melissa, minha amiga. - Apresentei os dois

-Prazer - Ela disse e eles apertaram as mãos. 

-E Justin? - Chris perguntou 

- Você não tem tido contato com ele? - Perguntei 

-O cara entrou em um tipo de transe com a vida nova. Todo mundo respeita ele, e eu fiquei cansado de ter um chefe e perder meu amigo. - Ele disse 

-Vi ele ontem. Gangue hun? É sério isso? - Perguntei ainda sem acreditar. 

-É bem sério. Justin comanda a Trindade Canadense fazem dois anos e meio quase... as coisas acontecem. Enfim, vou indo, falei que ia só comprar uns livros antes de meus pais sairem do cinema. Até qualquer hora Mary, prazer Mel - Ele disse e saiu. 

-Seu ex namorado gangster me assusta um tanto - Mel disse rindo

-Cala a boca piranha - Eu disse rindo também. 

Fomos comer. Enquanto comia eu pensava em toda essa merda de Justin. Mel queria porque queria voltar pra boate hoje. E foi o que fizemos. 

Banhamos e vestimos nossas roupas, cada uma com seus looks prontos e fomos pra lá assim que escureceu. 

A decoração de coração era óbvia, não tinha nem efeito sobre mim. Estava cheio de casais se pegando, bem diferente do dia anterior, que eram todo mundo pegando todo mundo no caso. Melissa logo arrumou um boyzinho e ficou se agarrando com ele num canto. Peguei uma garrafa de vodka e fui andando pela balada. 

Num canto tinha um sofá cheio de garotos e eu pude reconhecer alguns deles, Justin, Ryan, Chaz e alguns do escândalo da noite passada. 

Me juntei a uma garota que conheci na pista de dança, a qual não sabia o nome mas a gente se chamava de amiga o tempo todo, e fomos dançar. Ela foi me puxando até o tal sofá onde estava, segundo ela, louca pra dançar pra eles. Fiquei parada perto da mesa cheia de dinheiro/drogas perto do sofá enquanto ela passava por cada um deles. Sentou no colo de Ryan e rebolou no ritmo da música. Até que chegou em Justin. Meus nervos ferveram, não era ciúmes. Mas também era.

Sentei na frente de Ryan. 

-Ei Ryan, quem é que vende por aqui? - Disse vendo o olhar de Justin passar por mim na hora. 

-Eu mesmo gatinha. Toma, um de boas vindas - Ele disse me dando um baseado. 

-Acende pra mim? - Eu disse sentando no colo dele. Ele me deu um sorriso malicioso e acendeu. - Obrigada neném 

Fiquei ali fumando com ele, ele dava umas tragadas de vez em quando e minha nova amiga rebolando no colo do meu ex. Que cena maravilhosa. 

-Ei gata, não quer ir pra um lugar mais reservado? - Ryan perguntou me dando um apertão na bunda. 

Não. Essa era a resposta que eu queria dar. Mas Justin olhou como se fosse me fuzilar. Eu iria dar o gostinho que ele estava me dando agora mesmo com aquela piranha em seu colo.

-Quero, vamos? - Eu disse levantando de seu colo e lhe olhando ferozmente. Eu já estava suficientemente bêbada pra não lembrar do que eu iria fazer amanhã. 

Quando Ryan levantou e me segurou pela cintura eu senti uma mão em meu braço me puxando pra longe de tudo ali. Tentei me soltar mas era muito forte e meus saltos me faziam cambalear. Fui jogada na parede ao lado do corredor de quartos. 

-Que porra você quer aqui Maribeth? - Disse Justin praticamente me encurralando. 

-Fuder Justin. Eu quero foder - Eu disse. Me surpreendi logo em seguida. Desde quando eu falo um negocio desses? 

-Para com esse caralho, eu vou te levar pra casa. - Ele disse pegando as chaves do carro no bolso 

-Não porra. Justin. - Eu disse segurando o colarinho de sua camisa branca, o fazendo me olhar nos olhos. 

-Fala garota. - Ele disse seco mas pude sentir a malícia em sua voz. 

-Me fode - Eu disse bem baixinho, mas ele ouviu. Sorriu maliciosamente e abriu a porta do primeiro quarto que vimos. 

Ele trancou a porta atras dele enquanto eu tirava meus saltos sentada na cama. Ele subiu por cima de mim e começamos a nos beijar ferozmente. Não era como antes. Antes era um beijo de "eu quero te proteger". Agora era um beijo de "tira essa porra dessa roupa logo". 

Puxei sua blusa e ele abriu o zíper do meu vestido e o puxou pra baixo. Foi descendo até meus seios deixando chupoes que com certeza iriam ficar marcados. Abri sua calça e joguei num canto qualquer do quarto. Ele me subiu por completo na cama e abriu meu sutiã. Virei nossas posições e fiquei por cima. 

Ele sugava meus seios como se fossem doces e eu gemia baixinho, roçando nossas intimidades ainda cobertas pela cueca e calcinha. Arranhei suas costas e ele parou pra me olhar. 

-Gostosa - Ele disse em meu ouvido voltando a me dar chupoes. 

Fui subindo com as unhas da barra de sua cueca até seu peitoral, sentindo ele se arrepiar e sussurrar um "porra". 

Me soltei de seu abraço e desci até sua cueca, chupando sua barriga pelo caminho. Se tinha uma coisa que tinha mudado era seu físico, o filho da puta estava gostoso. Abaixei sua boxer  azul e seu penis já estava mais que duro. Quando segurei pra começar a boquetear ele me levantou e inverteu as posições. Retirou minha calcinha num movimento rápido e começou a lamber minha intimidade. Eu gemia o mais baixo que conseguia e segurava deus cabelos. Ele começou a colocar dois dedos e eu me revirava de prazer. Segurei seu cabelo de forma que ele parasse pra me olhar. 

-Para com isso e me fode logo - Eu disse. Aquela frase fez Justin morder o labio inferior e subir me beijando. Ele começou com estocadas fortes e rápidas e eu gemia/gritava. Virei nossas posições e comecei a cavalgar em seu membro. Dei reboladas e ele virava a cabeça gemendo meu nome. Fui assim até quase gozar. Quando senti que ia gozar sentei e fiquei ali sentindo aquela sensação maravilhosa. Ele segurou minha cintura e continuou bombeando, me fazendo gozar mais ainda. Senti seu líquido me preencher, ele havia gozado também. 

Me joguei ao seu lado pra respirar. Estava toda suada assim como ele, e ofegante. 

-Puta merda - Ele disse com sua voz rouca. 

-O que foi? - Perguntei. 

-Você ainda fode bem pra caralho. Muito melhor do que antes até. - Ele disse 

-Terei que dizer o mesmo de você. - Eu disse 

Levantei e fui até o banheiro do quarto. Tomei uma ducha rápida e vesti minhas roupas. 

-Ei, o que tá fazendo? - Justin disse ainda nu na cama. 

-Eu tenho que ir, minha amiga deve estar me esperando. - Eu disse e vi um cartaz no canto da porta escrito "Feliz Dia Dos Namorados" em vermelho com o anúncio de 5 anos atras, do app da escola de quando nos conhecemos. - Feliz dia dos Namorados, Garoto Tubarão. - Eu disse um tanto nostálgica e sai a procura de Mel pra ir pra casa. 

Justin POV

-Feliz dia dos namorados, Garoto Tubarão. - Mary disse e saiu.  

Ver ela me chamar de Garoto Tubarão acabou com todo meu bom humor. Me deu vontade de voltar na merda do tempo e não ter deixado ela ir. Ter gritado é feito ela perder o maldito voo. Amarrar ela em mim. 

Levantei e tomei um banho lá mesmo. Vesti minhas roupas de volta e voltei pro sofá com os meninos. Ryan ficava enchendo o saco por eu ter comido a mina que ele queria. 

-CALA A BOCA PORRA, AQUELA ERA MARIBETH - Gritei quando não aguentava mais escutar suas reclamações. 

Levantei e sai de lá. Babacas. Ryan tentou me seguir mas ouvi Chaz segurando ele falando que era melhor não. E era melhor não mesmo. Dirigi o mais rápido que conseguia e fui pro único lugar naquela cidade em que eu tinha paz: o telhado do prédio Ramiréz, que fiz questão de me esquecer que pertencia ao pai dela. 

Deitei e fiquei observando o céu. Na minha cabeça a primeira coisa que aparecia era um buraco se abrindo e o Super-Homem descendo ali falando que estava começando uma guerra intergalática. Eu ficaria mais aliviado do que estou agora. 

Acabei pegando no sono. Acordei na manhã seguinte e sai correndo para pegar o horário do carregamento que chegaria hoje. Bem, agora sim, algo que valia a pena. 

quarta-feira, 3 de maio de 2017

I'm back - Valentine's Day

5 anos depois 

Acordei com o barulho da água no chuveiro. Melissa estava tomando banho e nossas malas estavam prontas do lado da porta. 

Hoje era meu último dia em NY. Meu pai havia subido nos negócios e finalmente tinha tempo pra viver, passava 99% do ano viajando com Lana, e eu acabei me mudando para divudir apartamento com uma amiga da faculdade, Melissa. Éramos íntimas o suficiente pra compartilhar sobre a cor de nossa menstruação, dormir no mesmo quarto e se aguentar na TPM. Milagres. 

A faculdade de direito havia acabado mês passado e eu decidi voltar para o Canadá ao menos por algum tempo até me estabelecer, Melissa não tinha ninguém, sua família morava completa na Itália e ela estava sozinha por aqui. Já que a casa do meu pai estava vazia, chamei-a para ir comigo e juro que nunca a vi tão animada. 

Levantei e arrumei a cama. Chequei meu celular a procura de mensagens. A última tinha sido ontem à noite de Ben. Eu e Ben namoramos por quatro anos e meio, até que terminamos noite passada. Éramos um casal conveniente do tipo "aah o grupo todo é formado por casais, estamos solteiros então vamos namorar" . Ontem contei que iria embora e terminamos. Simples. 

Eu nunca mais havia me envolvido com alguém. Eu e Justin nos mantemos firmes por uns quatro meses até que fomos parando de mandar mensagem, fazer Skype e ligar. Aí foi o fim. Simples. Ben era uma distração. Não vou dizer que não gostei dele, ele era fofo, transava bem. Era como uma necessidade, queríamos sexo, a gente fazia. Nada de clima, só comodismo. 

Melissa saiu do banho toda saltitante e começou a se vestir. 

-São 12h - Eu disse 

-Eu sei - Ela falou

-O voo é 17h - Eu disse me levantando

-Eu também sei. Mas antes vamos almoçar e eu vou comprar roupas de inverno. Aqui é frio mas sei que lá é pior. - Ela disse me empurrando para tomar banho. 

Fechei a porta e parei para me olhar no espelho. Meu cabelo estava maior e os cachos das pontas eram mais evidentes. Minha pele continuava no mesmo tom branco pálido morta de sempre, minhas olheiras começavam a diminuir pela semana finalmente bem dormida depois da formatura, meus lábios rosados como sempre e meus olhos verdes fora de foco pelo sono. Eu não havia mudado nada a não ser um pouco de corpo que havia criado, nas horas vagas eu decidi fazer academia o que era um milagre dos deuses e eu havia criado gosto pela coisa. Tomei meu banho e ajudei Mel a colocar as malas no carro. Passamos no aeroporto fizemos o check-in e despachamos as malas. 

Fomos para o shopping e compramos as tais roupas que ela queria e voltamos correndo ao aeroporto para despachar a nova mala e entrar no avião. Me recostei no banco e cai em sono profundo. 

Chegando lá pegamos as malas e encontramos minha mãe no portão de saída. Ela me deu uns seiscentos abraços e fez o mesmo com Mel. Elas se conheciam por Skype, então sempre que eu ligava pra ela as duas acabavam trocando algumas palavras. Ela me deixou na antiga casa de meu pai e prometeu me buscar sábado para um almoço em casa. Chegando lá as coisas estavam as mesmas, Júlio continuava na cozinha (inclusive ele era uma das pessoas que eu mais senti saudade). 

O abracei horrores e lhe apresentei Melissa. Subimos e fomos arrumar cada uma seu quarto. Ela ficou com o quarto de frente para o meu e eu podia ouvir sua animação de longe. Decidi ligar música e dançávamos enquanto arrumávamos tudo. Melissa era super animada e eu não queria cortar a vibe dela. Quando terminamos decidimos ir jantar. 

Pedi ao motorista para nos levar ao Bieber's. Afinal se era pra voltar eu iria voltar em grande estilo. Chegando lá entramos e logo na porta vi Pattie. Ela me olhou surpresa e me deu um longo abraço. 

-Que saudade de você! O que faz por aqui? - Ela disse 

-Bem, resolvi voltar. - Disse 

Ela parecia feliz mas incrédula ao mesmo tempo. Nos encaminhou até uma mesa e lá começamos a olhar o cardápio. 

-Quem é ela? - Perguntou Mel

-É a mãe de Justin - Eu disse 

-Seu ex? - Ela praticamente gritou e eu assenti. - Puta merda em. 

Fizemos os pedidos, comemos e eu fui pagar a conta. Chegando no caixa eu já estava preparada pra dar de cara com Justin, mas não era. Era algum garoto aleatório. Paguei e eu e Mel fomos embora. 

Chegando em casa ela pirou para ir numa boate que tinha visto na internet que era perto dali. Então fomos tomar banho para ir para a tal boate. Eu juro não estava com um pingo de vontade mas Mel merecia.

Tomei um longo banho e fui escolher uma roupa. Peguei um short preto de couro e um cropped dourado. Calcei uma botinha preta de salto e deixei meus cabelos soltos. Fiz uma maquiagem simples, só um batom vermelho e um delineado. Desci as escadas e Melissa estava na cozinha comendo alguma coisa. Ela estava maravilhosa. 

Usava um vestido vermelho justo e saltos pretos, seu cabelo ruivo estava preso num rabo de cavalo cheio de ondas nas pontas. Sua maquiagem era preta esfumada com um batom vermelho. Melissa com certeza iria arrasar naquela festa. 

-Vamos? - Ela disse me dando a mão como se fosse um cavalheiro. 

Fomos de braços dados rindo até o carro. Ela dirigiu até a boate, deu as chaves para o manobrista e entramos. 

Uma uma boate daquelas, lotadas cheias de luzes coloridas e cheiro de bebida. Corremos para o bar e tomamos nossas típicas doses de tequila antes de começar. Logo estávamos sentadas e tocou Despacito, a música favorita de Mel. Ela deu um berro e me puxou pro meio da pista de dança. 

Não vou dizer que não amava dançar. Era uma das únicas coisas que me fazia tirar os trabalhos da faculdade da cabeça, e eu não dançava desde a formatura. Fechei os olhos e me joguei, sentindo cada batida da música, cada grave bater em mim como se estivesse bombeando meu sangue. Quando acabou sei que eu estava em êxtase. Eu e Mel continuamos dançando horrores até que ouvimos uns gritos e algumas pessoas correndo, parecia uma briga. Eu pouco me importei até o momento em que Mel disse que era melhor a gente sair de perto. Várias pessoas se juntaram ao redor e, perdoe minha curiosidade, eu pedi pra Mel me esperar no bar enquanto eu ia ver. 

Fui passando pelo meio da multidão até que cheguei no centro da briga. Eram dois homens novos, com armas nas mãos. Eles ficavam rodando no meio do círculo lentamente. O mais alto que estava de costas pra mim disse 

-Saia da minha boate e leve seus homens. Sabe muito bem que esse é o meu lado da cidade - Ele segurava a arma na cintura 

-Vai se foder biba, meus homens não saem daqui e nem eu - Disse o outro 

-Não saem vivos. Me chame de biba de novo que vou ter que bater meu pau na sua cara - Disse ele pegado a arma e colocando na cabeça do menor. 

Ouve um coro de "Oh" e mãos colocadas na boca das pessoas por perto. Eles pararam e a arma foi engatilhada.Foquei no menor, em sua cara de firme mesmo prestes a morrer. Logo reconheci. 

-Lucas não! - Gritei e ele olhou pra mim. Meu grito pareceu ter sido alto o suficiente porque todos me olharam, inclusive o alto com a arma. E minhas pernas fraquejaram quando eu vi quem era. - Justin? 

-Maribeth? - Ele me olhou incrédulo com a arma ainda na cabeça de Lucas. 

-Para de apontar a arma pra ele - Eu disse, ainda sem acreditar no que estava acontecendo. Fui andando até mais perto. - O que você tá fazendo? 

-Sai daqui - Ele disse seco. 

-Lucas vem - Eu disse 

-Sai daqui Maribeth - Lucas disse - Essa briga não é sua. 

-Agora é - Eu segurei o cano da arma e trouxe ela pra minha cabeça - Atira em mim Justin. 

Justin me olhou como se fosse realmente me matar, eu nunca tinha visto esse olhar dele. Ele abaixou a arma relutante. 

-Sai dessa porra de lugar e nunca mais volte aqui - Ele disse olhando pra Lucas - E você, nem pense nisso de novo. - Ele disse pra mim. 

Justin foi em direção ao bar. Eu virei para Lucas esperando ganhar um grande abraço de boas vindas, mas recebi o contrário. Ele me deu um olhar de reprovação e se virou, saindo com um grupo de homens, uns 30. Corri até o bar atras de Justin.

-O que foi aquilo? - Disse segurando o braço dele. Ele olhou pra minha mão como se estivesse queimando-q com laser mentalmente. 

-Nada que te interesse Maribeth. - Ele saiu de meu toque e sentou no bar - Me de 5 doses de vodka pura. 

-Me dê seis - Eu disse em seguida. 

-Aprendeu a beber em NY? - Ele perguntou com um sorriso malicioso 

-Não muda de assunto. Que porra foi aquilo? - Perguntei ríspida 

-A gangue do seu amiguinho não é bem vinda aqui. - Ele disse sério - Mande-o para o inferno quando o ver por mim. 

Olhei assustada pra ele. Essa era uma das coisas que eu nunca imaginaria alguém falando pra mim e eu me mantendo calada. As doses chegaram e eu virei as minhas o mais rápido que pude, sentindo cada uma delas queimar como fogo na minha garganta. Na última Justin me olhava. 

-Que história é essa de gangue? - Perguntei 

-A gangue dele, Vermes do Norte e a minha, a Trindade Canadense, são rivais. Aqui é meu território. - Ele disse apontando para o balcão, sinalizando a boate. 

-Você só pode tar brincando com a minha cara. - Disse debochando dele. Justin nunca entraria nunca gangue. Muito menos Lucas. 

-Toma, cortesia da casa - Ele disse me dando um saquinho de pó - aí tem 40 gramas, se quiser mais vai ter que comprar com alguém. 

-Vai se foder Justin, isso não é você - Eu disse me levantando. Ainda sentado ele era maior que eu. 

-Não era Maryzinha. Parece que os cinco anos fizeram bem pra você - Ele disse me olhando da cabeça aos pés. 

-CADÊ O GAROTO QUE CUIDOU DE MIM QUANDO MAIS PRECISEI? - Falei entre os dentes 

-Ele foi embora Mary, junto com suas malas naquele avião. Diferente delas, ele foi extraviado. Ninguém nunca mais o viu - Ele levantou e saiu me dando um apertão na bunda. Fui para xinga-lo mas Mel me segurou, me assustando. 

-Que susto garota - Eu disse pra ela 

-Não vai, ele tava com uma arma, tá louca? - Ela disse me dando uma bronca. - Você tá bem? Quem era? 

-Justin. E o outro era Lucas - Eu disse, ela sabia bem das histórias deles dois. Me olhou surpresa. 

-Ah... e isso aí? - Perguntou sobre o pó na minha mão. 

-Justin me deu, pelo visto sua gangue vende drogas também. Vai, faz uma carreira pra mim - Eu disse dando o saquinho pra ela. 

Eu já havia cheirado cocaina centenas de vezes nas festas da faculdade e sem duvidas essa era mais pura do que as de NY. Eu e Mel ficamos completamente chapadas a noite toda, lá pras 5:30 ela se sentiu bem o suficiente pra dirigir. Fomos pra casa e dormimos. 

Justin POV

Sai de perto de Maribeth antes de ter um ataque. Aquela garota tinha fodido minha cabeça por completo quando foi embora. Peguei meu carro e fui pra casa. Chegando lá rezei pra minha mãe estar dormindo, mas pelo visto ela tinha rezado pra eu chegar cedo bem antes de mim. 

-Justin Drew Bieber, bêbado outra vez não - Ela disse andando rápido atras de mim enquanto eu praticamente corria pro meu quarto 

-Pattie eu tenho 23 anos, a porra da vida é minha. Me deixa em paz - Eu disse e fechei a porta atras de mim. 

Tirei toda a roupa , acendi um baseado que estava no bolso e comecei a fumar. Não era hoje que iria pensar em Maribeth. Não de novo. 

Maribeth POV

Acordei 12:30 com Melissa escutando música alta na sala. A energia dela era uma coisa impressionante. Minha mãe havia me mandado mensagem do almoço então eu corri no banho e me arrumei o máximo que pude para esconder as olheiras, chamei Melissa e fomos para o carro. 

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Jane - Valentine's Day

Peguei a caixa preta em cima da cama de meu pai e abri, quando vi o que era praticamente não acreditei. Era um vestido azul escuro longo com detalhes diamantado na parte de baixo. Era maravilhoso.

-Gostou? - Ele perguntou com um sorriso no rosto 

-Eu amei - Praticamente gritei e o abracei - Só não sei quando na vida vou usar ele mas amei 

-Bem, hoje à noite 

-An? - Perguntei confusa

-Hoje é aniversário de Pattie, mãe de Justin. Vai ter uma festa e o tema é Baile de Inverno, então achei que você iria gostar. - Ele disse 

Eu praticamente vibrei de animação . Ele disse que sairíamos de casa às 19h para o jantar e baile de pattie.  

Passei a tarde com o tal vestido. Meu pai resolveu comprar mais um terno e saiu. Peguei um salto no closet e preparei tudo. Já eram 17h quando tomei banho e me arrumei, fiz uma maquiagem mais pesada com olhos preto esfumados. Coloquei o vestido e os saltos, deixando os cabelos soltos lisos. Desci as escadas e meu pai já me esperava no sofá. Ele usava uma gravata exatamente da mesma cor do meu vestido. Ele sorriu .

-Minha menininha está maravilhosa - Ele disse.

-Obrigada pai, o senhor também está lindo - Eu disse. 

Saímos e entramos no carro com o motorista hoje. Chegamos numa mansão enorme, iluminada de azul bebe. Descemos do carro e subimos as escadas enormes. A porta estava aberta e dava de cara com um salão de festa decorado de azul e branco que dava a sensação de frio, estava tudo maravilhoso. Entramos e nos sentamos na mesa com o nome de meu pai, na frente da pista. Logo o jantar foi servido é uma moça se sentou com a gente. Eu nunca tinha visto ela, mas a loira dos olhos verdes, bem bonita na verdade. 

-Mary, quero te apresentar Alana, minha namorada. - Meu pai disse. 

Meu queixo quase caiu ao chão. Meu pai namorava?? Na verdade eu já devia esperar isso pelas saídas frequentes mas ele sempre colocava o trabalho em primeiro lugar, então achava que nada tinha mudado. Mas aparentemente tinha sim. Sorri meio forçado pra ela. 

-Olá, prazer Maribeth - Disse apertando sua mão 

-Prazer, Alana. Pode me chamar de Lana - Ela disse sorrindo de volta. 

O clima ficou meio estranho e eu senti meu celular vibrando. 

"Não queria dizer nada mas esta linda de azul" 

Era uma mensagem de Justin. Logo rodei o olhar por todo o salão. Alguns casais já se levantavam para dançar e tinha muita gente. Vi Pattie de longe vindo nos comprimentar. Ela chegou na mesa e falou com todos, perguntou se a comida tinha ficado boa, como a gente se sentia e todos os tipos de coisa que a faziam ser uma das pessoas mais fofas de todo o universo. Ela terminou de conversar com meu pai e Alana e veio me dar um segundo abraço. Sussurrou no meu ouvido

-Justin está no Jardim te esperando. 

Olhei sem disfarçar minha surpresa. Então Pattie sabia?? Disse ao meu pai que iria ao banheiro e corri para o jardim. Lá tinha um lugar que parecia de filme, uma capela branca iluminada e Justin parado lá no meio. Ele sorriu ao me ver e eu praticamente corri até lá. Lhe dei um selinho e ele me abraçou, erguendo meu corpo. 

-Você tá maravilhosa. - Ele dizia me olhando. 

-Você também - E ele estava. De terno azul com os cabelos pra trás, parecia um príncipe da vida real. Ele pegou minha mão e fomos andando de volta ao salão. Chegando lá ele me fez uma reverência e me pediu uma dança enquanto eu ria bastante. Dançamos e rimos a noite toda. 

Deu 1h meu pai me chamou para ir embora. Me despedi de Justin e entrei no carro com ele e Alana. Fomos meio calados até em casa. Lana apenas disse algo quando chegamos 

-Seu namorado é lindo 

- Não é bem isso - Eu disse sinceramente me envergonhando - Somos amigos - Não queria assumir nada sem antes ter certeza ou falar com meu pai. 

Ele não era conservador nem nada mas eu queria antes contar pra ele. E sejamos honestos, não tinha nem uma semana, e nem namorado meu ele era. Só tava ali.

Entramos e eu fui dormir. 

Acordei na manhã seguinte com uma mensagem de Jane. 

-Quer que eu te busque aí? 

-Não precisa, meu pai vai me levar hoje. Até já - Respondi 

-Blz, até - Ela respondeu. 

Tomei meu banho vesti uma calça e uma blusa branca de manga longa colada. Prendi meu cabelo num coque e calcei meu tênis. Corri pra alcançar meu pai no carro e fomos. No meio do caminho escutamos sirenes altas que iam para o outro lado da cidade, o mesmo caminho que seguíamos. No geral eu nao ficava preocupada, era sempre alguma batida de perseguição de bandidos. Chegamos na curva da avenida para a escola e ela estava fechada. Meu pai foi andando devagar para dar a volta e eu vi um carro preto completamente amassado e uma viatura que havia sido atingida. Vi um carro vermelho na esquina e reconheci a placa. O carro de Lucas. Estava intacto mas mesmo assim eu tremi. Pedi pra meu pai parar o carro e ele o fez. 

Desci correndo com a mochila ainda nas costas. Tinha muita gente por ali e eu quase não consegui passar pela multidão. Olhei para a parte do acidente, por trás da faixa amarela de "distancia". Lucas estava ajoelhado com a cabeça entre os joelhos ali no meio. 

Corri o mais rápido que consegui e passei pelas pessoas. Driblei um policial e cheguei perto dele. 

-Lucas o que houve? - Praticamente gritei. 

Ele não disse nada. Apenas apontou para o carro preto e levantou o rosto para me ver. Ele estava chorando muito. Olhei para o carro. Não. Não pode ser. 

Senti minhas mãos trêmulas e corri até o carro. Não podia ser ela. Pulei a viatura e fui até o vidro do motorista, escutando os policiais começarem a vir me tirar dali. Olhei pro banco do motorista. Jane. 

Os policiais me tiraram dali e me jogaram perto de Lucas. Meus joelhos fraquejaram e eu caí no chão. Eu já sentia as lágrimas nos olhos mas não conseguia fazer nada. Jane estava morta. Fiquei parada ali, incrédula. Era pra eu estar com ela, ter feito ela parar o carro. Ter feito qualquer coisa. 

Senti braços ao meu redor e percebi que era meu pai. 

-Sinto muito meu anjo - Ele disse e senti que ele também chorava. 

-Jane .... - Não consegui terminar a frase. 

-Eu sei meu bem. - Ele falou me apertando mais forte. 

Ficamos muito tempo ali, os três, no chão. Eu e meu pai abraçados e Lucas me dando a mão. Era mais daqueles momentos em que o tempo passava e eu não sentia. Logo alguns polícias pediram que saíssemos de lá pois iriam começar a perícia. Me levantei com toda a dificuldade do mundo e entrei no carro. Lucas pediu para ir conosco pois não sabia se ia conseguir dirigir ainda. 

Fomos até a escola mas não entramos. Meu pai seguiu para o trabalho, eu e Lucas sentamos numa mesa no refeitório enquanto todos entravam para sua respectivas aulas. Desabei a chorar novamente e Lucas ficou ali parado, um apoiando o outro. 

-Jane tinha que ter mais cuidado - Ele disse 

-É culpa minha, era pra eu estar naquele carro Lucas. - Eu disse 

-Iriam ser vocês duas - Ele disse. 

Continuamos em silencio. Justin sentou do meu lado e me abraçou. 

-Já sei o que aconteceu. Não precisa falar - Ele disse. 

Agradeci internamente mil vezes por aquilo. As aulas passavam e nada de ninguém levantar dali. Lucas foi o primeiro, saiu e foi andando em direção ao cruzamento, para pegar seu carro. Eu e Justin ficamos mais uns momentos ali. Ele enxugava minhas lágrimas e por assim ficavamos. 

-Vem, eu te levo pra casa - Ele disse me estendendo a mão. 

Peguei sua mão e fomos andando em meio à multidão de alunos indo embora. Eu ouvia os susssurros sobre nós mas não me importava. Me joguei no banco do carro e ele dirigiu até minha casa. Os gêmeos já estavam entrando e eu resolvi aguardar até o momento em que eles subiriam as escadas. 

-Já sei a resposta mas, você tá bem Mary? - Justin disse apertando minha mão 

-Não - Uma lágrima escorreu - Entra e fica um pouco comigo? 

Ele assentiu e fomos. Sentamos no sofá e colocamos um jogo no xbox. Ficamos jogando para nos distrairmos durante a tarde toda.

Por longos 3 meses essa virou minha rotina. Ir pra escola, voltar e ficar com Justin no sofá. Eu não conseguia mais olhar para Lucas e ele aparentemente não conseguia me olhar também, ele tinha a aura de Jane. Era insuportável as palestras e aulas que tivemos sobre direção, o armário dela cheio de cartas e flores. Nada era mais tão feliz. Muito menos Chris. 

Se eu estava mal imagine Chris. Das primeiras vezes que o vi pensei que estava bem, estava sempre com seu grupo de amigos mas nunca sorrindo. Na segunda semana ele estava acabado. Justin tentava o animar mas ele ficava extremamente pra baixo em me ver, e eu não podia dizer que ficava feliz em vê-lo. Tudo em minha vida tinha um sentido por Jane estar comigo e agora que ela não estava mais tudo parecia preto e branco. 

Inclusive Justin. Justin tentava, eu via que tentava. Haviam sido três longos meses me consolando e tentando me animar. Ele havia até me levado para passeios com sua família, que haviam sido ótimos mas no fim eu sempre saia com lágrimas nos olhos por imaginar Jane na situação. Não havia tido uma despedida, nossas últimas palavras tinham sido sobre nos ver na escola, o que nunca aconteceu. Meu peito ardia de saudade. 

Eu podia ver que Justin estava exausto de mim, todo mundo cansa. Mas ele estava ali sempre, nunca havia me dito um não. E eu o valorizava por isso. 

Numa quinta feira eu fui visitar meu pai, que havia sumido depois do acidente de Jane. Ele chegou e, como sempre, me ligou. Dessa vez eu estava sozinha e fui para o ponto de ônibus pegar o ônibus para sua casa. 

Chegando lá estavam ele e Lana na varanda me esperando. Ele me abraçou e como sempre me deu um apertão, como se morresse de saudade, provavelmente estava mesmo. 

-Tenho uma proposta pra te fazer - Ele disse de prontidão. 

-Qual ? - Perguntei sem muita animação. 

-Morar comigo e Alana em Nova York. O Canadá virou um lugar muito pequeno para os negócios, em NY tanto eu quanto você teríamos muitas oportunidades. Além de você sair daqui, sua mãe vem me contando seu estado - Ele falou um tanto rápido. 

Meus pais haviam criado um certo contato desde a morte de Jane. Minha mãe estava super preocupada mas trabalhava demais, então me mandava para o psicólogo uma vez na semana, e eu sabia que meu pai quem pagava. Se eu saísse de casa sua situação financeira iria melhorar, já que não éramos ricos, ela trabalhava por tudo o que tinhamos.

-Minha mãe sabe dessa proposta? - Perguntei 

-Sabe e ela acha que você deveria ir. Limpar a cabeça sabe? Daí você termina seu ensino médio lá e faz uma faculdade melhor do que a daqui. - Ele falou sorrindo. 

Parei pra pensar sobre tudo e resolvi aceitar. Eu gostava de Justin mas nossa chama tinha apagado. Estávamos tão cansados da rotina que nem conversar por texto conversávamos mais, estaria lhe fazendo um favor. Ele me informou que o voo era amanhã e que já mandaria um mordomo pegar todas as minhas coisas aqui e em casa. 

Peguei um táxi e fui para a casa de Justin. Chegando lá Pattie me atendeu na porta e disse que Justin estava no quarto dormindo. Entrei em seu quarto e deitei ao seu lado, enquanto ele dormia parei para observá-lo. 

O cabelo bagunçado e a cara emburrada que ele fazia o deixavam ainda mais maravilhoso. Cada pedacinho de seu rosto era esculpido pelos deuses, tão lindo. Seu peitoral com músculos leves era mais do que atraente, ele era perfeito. Senti uma dor no coração ao pensar em deixá-lo. Não queria mas precisava. 

Ele acordou e me deu um sorriso. 

-Bom dia meu amor - Ele falou 

-Boa tarde na verdade - Eu disse. Ele ergueu o braço e sinalizou com o queixo para eu o abraçar. Ficamos abraçados ali. Olhei em seus olhos e respirei fundo - Meu pai me fez uma proposta e eu aceitei. 

-Que proposta? - Ele disse 

-Mudar pra NY com ele. - Eu disse e Justin me encarou por um bom tempo. Sua cara era de espanto e ele parecia querer socar algo como a minha cara por exemplo. 

-O que? E eu? - Ele disse 

-Justin eu te amo, amo tudo o que a gente tem... mas é meu pai. E minha mãe pediu que eu fosse. Eu prometo te ligar todos os dias, vou vir pra cá todas as ferias. Nada vai mudar o que eu sinto por você - Eu disse exagerando um pouquinho. 

Ele ficou calado. Apenas beijou minha testa e me apertou mais forte em seu abraço. 

Passamos o dia assim, cada um fazia um carinho de um lado, mas ainda assim era mil vezes mais frio do que éramos no começo. Meu pai me ligou as 23:40 dizendo que estava na frente da casa de Justin para me buscar. Justin vestiu uma blusa e descemos. Passamos em casa, me despedi dos gêmeos e de minha mae. Depois de muita choradeira fomos embora.  

No aeroporto Justin foi comigo até o portão de embarque e de lá chorei um pouco. Quando chamaram meu voo o abracei como se fosse a última vez, nos beijamos e vi uma lágrima escorrer do olho de Justin. 

-Amo você. Volta logo. - Ele disse me apertando 

-Também te amo - Eu disse e meu pai acenou para irmos. 

Entrei no avião com uma dor enorme no coração. Alana me deu um sorriso como se me consolasse e meu pai me deu um beijo na testa. Quando o avião começou a subir tudo o que eu queria era que chegássemos ao nosso destino o mais rápido possivel. 

5 anos depois